"Ao som da palavra de ordem “avalancha” os estudantes em Espanha têm ocupado nas últimas semanas várias faculdades e exigem que seja aberto o debate em torno do Processo de Bolonha.
É difícil saber ao certo quantas faculdades estão encerradas, porque o número de estudantes em luta e os edíficios ocupados aumenta a cada dia que passa. Pelas salas e corredores, há sacos-cama e colchões prontos a servir de camas improvisadas às centenas de estudantes que aí têm passado a noite.
Hoje, numa carta ao Governo espanhol, os reitores das cinco universidades afectadas afirmaram que este “não é um fenómeno passageiro” e acrescentam “o movimento anti-Bolonha não está a desvanecer-se, senão a crescer e pode ter consequências imprevisíveis”.
As acções de protesto contra a Declaração de Bolonha, assinada em 1999 por 29 países, não são de agora. Um pouco por toda a Europa, incluindo Portugal, as vozes contra o modelo têm-se ouvido mas com intensidades diferentes. Sob o lema de facilitar a homologação de títulos no sistema universitário europeu e a mobilidade de alunos e professores, a implementação do projecto tem sido sempre apresentada como inevitável para a modernização das instituições de Ensino Superior.
No entanto, os estudantes espanhóis recusam-se a pensar da mesma maneira. Os alunos argumentam que o processo vai conduzir à privatização das Universidades; ao aumento das propinas – com a necessidade de fazer pós-graduações e mestrados, face à redução dos anos de licenciatura –; e que muitos cursos estão mesmo em risco de acabar, uma vez que a rentabilidade (em termos de emprego e investigação) passa a ser definida pelas necessidades do mercado."
Para saber mais sobre o Processo de Bolonha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário