Na passada quinta-feira no Parlamento, o PS rejeitou 5 Projectos de lei apresentados pela oposição sobre o ensino superior. Em discussão estava o reforço do apoio social aos estudantes mais carenciados.
O Parlamento votou quatro projectos-lei e uma recomendação da oposição que propõem novas regras na atribuição de bolsas no ensino superior e outros apoios para estudantes, nomeadamente isenção de propinas em caso de desemprego.
O pacote de propostas inclui um projecto do Bloco de Esquerda (BE) que estabelece igual valor de propinas para o primeiro, segundo e terceiro ciclos de estudos superiores e critérios de isenção de pagamento de propinas, um do PCP que pretende apoios suplementares para os estudantes do ensino superior, outro do CDS-PP para criar a isenção de propinas para trabalhadores-estudantes que se encontrem a receber o subsídio de desemprego ou o subsídio social de desemprego e um do PSD que pede mais apoios indirectos do Estado e maior flexibilidade de bolsas para casos emergentes.
O BE leva ainda a plenário um projecto de recomendação para que o Governo encontre um novo regulamento de atribuição de bolsas de estudo a estudantes do ensino superior público, por considerar que os actuais escalões são muito desajustados da realidade.
Assistiu-se, na altura das votações, ao consenso entre as diversas forças políticas que votavam no sentido de aprovar estas medidas de apoio aos estudantes que têm cada vez mais dificuldade a aceder e a manter este nível de estudos.
Este Governo mais uma vez, através do seu "chumbo" a todas estas propostas, mostrou que não está preocupado com as dificuldades que o estudantes têm sentido. Aliás ainda há umas semanas atrás assistimos às declarações surpreendentes de Mariano Gago (Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) que afirmou que a crise está a passar ao lado dos estudantes do ensino superior.
Um comentário:
Tive a oportunidade de assistir ao plenário na Assembleia da Republica. Fiquei PASMADO ao ver CDS/PP, BE, PCP, PEV e PSD votarem a favor das iniciativas uns dos outros, iniciativas essas no mesmo sentido, apoiar quem mais precisa para poder terminar os seus estudos. E lá estava, a maioria a votar contra! Até o vice presidente da AR, Manuel Alegre, que presidiu aos trabalhos, até ele ficou espantado (sim, a sua expressão ao ver as votações disse tudo). Não é sempre, nem muitas vezes, que se assiste a tamanho consenso entre as diversas forças políticas. O que se mantém é um PS refém de uma quadrilha que nos assalta todos os dias, e que detesta pobres tornarem-se doutores e engenheiros, será trauma?
Esquerdino
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