O estado actual do Ensino Superior nacional foi alvo de análise na cidade coimbrã, entre sexta e domingo. Foi mesmo necessário um ENDA Extraordinário (realizado hoje) para concluir a lista de trabalhos. A organização do primeiro ENDA do ano é da responsabilidade da Associação Académica de Coimbra (AAC).
“Está a ser extremamente produtivo”, assegura Jorge Serrote, presidente da AAC. Os dirigentes estão a tomar “posição em relação a uma série de aspectos que consideramos estar errados no Ensino Superior”, explica o estudante.
Foi com base nesses erros que os dirigentes resolveram agendar uma manifestação para Outubro. “É uma iniciativa conjunta das várias associações. Vai haver uma campanha de informação a nível nacional, denunciando os problemas do Ensino Superior”, adianta Jorge Serrote, acrescentando que as linhas gerais deste protesto vão ser definidas no próximo ENDA. A decisão foi tomada por maioria. Das 28 associações representadas à altura da votação registaram-se apenas duas abstenções.
Propostas enviadas ao MCTESDurante os quatro dias do encontro, foram analisados os assuntos que têm colocado o Ensino Superior na ordem do dia: Acção Social/Acção Social Indirecta, crise e estatuto da carreira docente.
“Foram elaboradas propostas que vão ser enviadas ao Ministério do Ensino Superior”, informa Jorge Serrote. Para corrigir o que os estudantes consideram estar errado ao nível da Acção Social, os dirigentes propõem, entre outros pontos, que o passe social seja alargado aos estudantes, que haja uma maior cooperação entre os Serviços de Acção Social e as associações, um maior apoio estatal e uma gestão mais eficaz.
Perante a actual crise que afectou em grande escala os estudantes, os alunos redigiram algumas medidas anti-crise. O painel do ENDA reivindica a redução/isenção de propinas e que a diminuição do preço das refeições seja aplicável a todos os estudantes.
No encontro foi também dada a conhecer a visão dos estudantes sobre a revisão do estatuto da carreira docente. De acordo com os alunos, a progressão na carreira deve decorrer da formação pedagógica dos professores e da avaliação do seu desempenho.
Os dirigentes sustentam também que, por forma a serem admitidos, os professores devem prestar periodicamente, provas de competência pedagógica e de aptidão. No sistema politécnico, o título de especialista deve ser definido, referem os estudantes.
Os dirigentes estão reunidos, durante esta tarde, num ENDA Extraordinário, para decidir a periodicidade dos encontros. O ENDA deverá realizar-se agora de quatro em quatro meses (decorria de seis em seis meses), a fim de de aumentar o número de reuniões anuais de dirigentes associativos.
Duas associações apresentaram candidatura para organizar o próximo ENDA – a Associação Académica da Universidade do Algarve e a Associação de Estudantes da Escola Superior de Ciências Empresariais de Setúbal. Os dirigentes decidiram passar a pasta à AEESCE. O segundo encontro do ano está agendado para Setembro.
In Canal UP