Universidades e politécnicos comprometem-se a formar 100 mil activos adicionais até 2014.
Quatro dias depois do acordo entre o Ministério da Educação e os sindicatos, o Governo entendeu-se com as instituições do Ensino Superior. A partir deste ano- e até 2014 -, estas vão receber mais 100 milhões de euros de financiamento anual, um incremento de 10% face aos cerca de mil milhões anuais que vêm sendo orçamentados desde 2006. Em troca, comprometem-se a formar 100 mil activos adicionais em quatro anos.
O "contrato de confiança" com 15 universidades e 20 institutos politécnicos públicos foi selado ontem à tarde na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, com José Sócrates a considerá-lo um acordo "merecido" pelas instituições por terem conseguido nos últimos anos, com "menos "recursos, melhorar os indicadores do sector.
Uma recuperação que permitiu aproximar as estatísticas relativas às habilitações dos jovens portugueses das médias da OCDE (ver números), ainda que no que respeita à população em geral continuem a ser muito baixas.
Por isso mesmo, o acordo contempla várias metas em relação à população activa nos próximos quatro anos. Como triplicar os inscritos em cursos de especialização tecnológica, multiplicar por quatro os matriculados no ensino à distância e criar mestrados profissionais para 30 mil licenciados.
Num sector onde têm sido reincidentes as queixas de subfinanciamento, o ministro do Ensino superior defendeu ainda aos jornalistas que este acordo vem pôr termo às dificuldades.
"Julgo que é evidente que põe um termo a essa questão e põe um termo da melhor maneira possível", considerou Mariano Gago, acrescentando que além de se tratar de um investimento "muito significativo" em época de "reconhecidas dificuldades" das contas públicas, "é feito em função de objectivos que serão avaliados de forma externa todos os anos".
O presidente do Conselho de Reitores das Universidades (CRUP), Seabra Santos, não confirmou que as verbas eliminem todas as carências de tesouraria. Mas admitiu que as instituições "reconhecem o esforço feito pelo Governo" e que o significado do acordo "transcende largamente o imediato".
Também o líder do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Sobrinho Teixeira confessou, no seu discurso, a "satisfação" com o entendimento , considerando estar em causa "uma aposta no próprio País e na qualificação dos portugueses".
In Diario de Noticias (12 de Janeiro de 2009)
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