segunda-feira, 23 de março de 2009

Crescem pedidos de apoio social


Há cada vez mais estudantes universitários a pedir bolsa de apoio social, devido ao agravamento da crise e ao aumento dos casos de famílias atingidas pelo desemprego. A situação verifica-se nos estabelecimentos de ensino superior, um pouco por todo o país. O ministério do ensino superior, insensível à situação, diz que não há nada de novo.

Estudantes da universidade de Coimbra revelaram que há cada vez mais universitários a recorrerem ao Banco Alimentar contra a Fome para se alimentarem e denunciaram que a acção social está a falhar.

"Quando estudantes têm de recorrer ao Banco Alimentar Contra a Fome para se alimentarem, temos a prova de que a Acção Social em Portugal está a falhar, sendo inaceitáveis que situações como esta existam no nosso país", afirmou o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC) na passada Quinta feira, numa acção onde denunciaram o crescimento do número de casos de fome e de abandono da universidade, por falta de meios para prosseguir os estudos.

Há cada vez mais estudantes universitários "que não têm dinheiro suficiente para pagar propinas, para continuar os estudos, nem, por vezes, para se alimentarem" disse o presidente da AAC nessa acção, onde os manifestantes apareciam de máscara, para mostrar a vergonha por terem de abandonar os estudos por razões económicas.

Já em Outubro passado, estudantes da Guarda se tinham manifestado contra os cortes na acção social .Vê aqui.

Na Quinta feira passada, perante a denúncia dos estudantes de Coimbra, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), Mariano Gago, não prestou declarações à comunicação social, remetendo para a acção social da própria universidade. A assessora do ministro, Dulce Anahori, disse no entanto que existe "um mecanismo de emergência para casos contemplando situações financeiras que se alteraram" e garantiu que no Ministério do Ensino Superior "não tiveram qualquer indicação de novos casos (de precariedade)".

Nesta Segunda feira, o Jornal de Notícias revela que os pedidos de bolsas de acção social, aumentaram por todo o país, com centenas de novos candidatos em Trás-os-Montes, Minho, Porto, Coimbra e Lisboa.

Na Universidade do Porto até ao dia 19 de Março havia 6.630 pedidos contra os 6.053 de 2007/2008. Os serviços só aprovaram 4.244.

A Universidade do Minho recebeu 6.870 pedidos, mais 351 relativamente ao ano passado. A Universidade de Coimbra recebeu 6.870 pedidos, mais 324 que no ano anterior e o número mais elevado dos últimos 10 anos. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douto (UTAD) recebeu 3.598, mais 327 que em 2007/2008. A Universidade de Lisboa recebeu 3.822 pedidos, mais 4,5% que no ano passado.

O ministério de Mariano Gago continua a não ter "conhecimento de pedidos de auxílios de emergência face a situações económicas especialmente graves ocorridas durante o ano lectivo e que não sejam enquadráveis no âmbito do processo normal de atribuição de bolsas de estudo", esclareceu o MCTES ao JN.

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