Estão agendadas cerimónias de homenagem, de lançamento da primeira pedra de novos edifícios, actuações e entrega de prémios. Uma lista de comemorações programadas para um dia que é de festejos para a UTAD. O MUTAD resolveu lembrar que o dia de festa será simultaneamente um dia de manifestação, de protesto contra o actual estado do Ensino Superior.
“Não é a primeira manifestação”, recorda Irina Castro, do movimento. “Em Novembro do ano passado e este mês realizaram-se outros protestos”. A acção que amanhã decorre será uma espécie de dejá vu, quanto aos problemas focados: desinvestimento no Ensino Superior, Bolonha, Acção Social e propinas surgem no topo das reclamações.
Durante a manhã, na cerimónia de lançamento da primeira pedra do Edifício de Ciências Veterinárias, pelo Primeiro-Ministro, haverá uma “acção simbólica”. Irina Castro não revela em que consiste a acção, diz apenas que “vai relembrar ou pretende relembrar o que tem acontecido no Ensino Superior”. “Há problemas que têm de ser resolvidos e só eles [José Sócrates e Mariano Gago] os podem resolver”, frisa a estudante.
A par da acção matinal, durante a tarde haverá um encontro entre alunos para debater e encontrar alternativas aos problemas que assolam o Ensino Superior. As propostas que saírem dessa reunião serão entregues à Reitoria e aos órgãos sociais da UTAD.
“A nossa agenda não pode andar à volta da agenda do primeiro-ministro”
Não contesta que “o que se quer fazer é louvável e necessário”, mas acredita que “há um propósito” em fazer coincidir a manifestação com o Dia da Universidade. A crença é de João Almeida, estudante e membro do Conselho Geral da Universidade de Trás-os-Montes.
“Para além da presença do primeiro-ministro, há outras iniciativas que merecem o nosso respeito”, frisa, acrescentando que o protesto deveria ter-se realizado no Dia do Estudante ou após o Dia da Universidade. Realizar o protesto amanhã “é dividir os alunos” e impedi-los de estar em ambos os eventos, considera João Almeida, caracterizando a acção do MUTAD de “clima contra cimeira”.
O estudante duvida que estejam presentes muitos alunos na manifestação, visto estarmos em plena época de férias. O MUTAD não avança com estimativas quanto ao número de estudantes que vão integrar a manifestação. “Temos muitos colegas que estão de férias. Mas não é só porque os nossos colegas estão de férias que não se deve protestar. Todos os momentos são momentos para mostrar o nosso descontentamento e promover alternativas”, riposta Irina Castro.
A UTAD comemora 24 anos de existência. Previa-se que a cerimónia decorresse no passado dia 26, mas acabaram por ser adiadas para dia 30. O início das comemorações está agendado para as 11h30 de amanhã.
Por Paula Alves Silva in Canal UP
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