quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estudantes do Ensino Superior cada vez mais pobres


Hoje ficamos a conhecer o caso de 20 alunos da Universidade da Beira Interior que precisam da ajuda do Banco Alimentar da Cova da Beira.

A educação antes de ser vista como direito humano fundamental está cada vez mais a servir a visão mercantilista do ensino e o ataque ao ensino superior público só beneficia os interesses privados.


A continua desresponsabilização do Estado no financiamento do ensino superior público só leva ao agravamento da já elevada participação dos estudantes e das suas famílias nos custos da educação.

As propinas que deveriam, pelo menos servir para garantir a acção social, tem escalado e alcançado valores exorbitantes que rondam os 1000€ insuportáveis para muitas famílias pagarem. Como se vê os estudantes têm de passar fome para conseguirem pagar as propinas.

E assim, com o imparável aumento das propinas, com o processo de Bolonha que deu mais um empurrão para o encarecimento do ensino, com os cortes no financiamento que afastam o Estado das sua responsabilidade de “estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino” (e estou a citar um princípio consagrado na Constituição Portuguesa), todas estas medidas que temos vindo a assistir (passivamente) só têm trazido mais encargos para o estudante e para a sua família (não chegam os impostos que pagam e que supostamente deveria permitir um acesso menos dispendioso ao ensino superior).

Que alternativas nos dão? O governo incentiva o endividamento precoce dos estudantes trocando o investimento do estado na acção social por empréstimos bancários. E neste sistema perverso, o estudante sai da universidade com o canudo, com dívidas e com poucas perspectivas de emprego.

Caminhamos assim para uma crescente elitização da educação, um direito fundamental, que transforma-se agora, cada vez mais, num privilégio só para alguns.

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