segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Canudo a muitos euros de distância

Universidade custa 500€ por mês.

No ano lectivo de 2004/05, ter um filho na universidade custou, em média, 6.127€.

Em contrapartida, as bolsas de estudo não cobrem mais do que 25% dos custos reais de um estudante.


Bolsas de estudo para alunos carenciados e deslocados, bolsas de mérito para os melhores alunos, subsídios de alojamento e de transporte, residências universitárias com alojamento a custos reduzidos, refeições a dois euros… À primeira vista, não faltam apoios para quem queira estudar no ensino superior. Mas, se assim é, porque continuam os estudos superiores a ser um privilégio sobretudo de uma minoria escolarizada e economicamente mais favorecida?

A resposta mais evidente é só uma: estudar no ensino superior é caro. Demasiado caro. Olhemos os números: segundo um inquérito realizado por Luísa Cerdeira, administradora da Universidade de Lisboa (UL) que está a realizar doutoramento sobre os custos de educação e de vida de um estudante do ensino superior em Portugal, ter um filho no ensino superior no ano lectivo de 2004/05 custava às famílias portuguesas, em média, €6.127 por ano. Ou seja, um pouco mais de €500 por mês. Em contrapartida, a bolsa média no ensino superior público ficava-se pelos €1.280 ao ano, ou seja, cerca de um quarto dos custos do estudante. Agora, imagine-se uma família com dois estudantes no ensino superior. Haverá bolsa que resista?

"O acesso e a frequência do ensino superior português mantêm-se elitistas. A grande maioria dos alunos provém de estratos sociais favorecidos. Para os que provêm de famílias com um estatuto socioeconómico mais desfavorecido, o financiamento dos estudos é com certeza muito difícil", afirmou Luísa Cerdeira ao Expresso. A administradora da UL socorre-se, mais uma vez, do pragmatismo dos números para demonstrar a relação quase umbilical entre a escolaridade, os níveis de rendimento e o ingresso no ensino superior: apenas 22% dos estudantes são originários de famílias que têm apenas a escolaridade básica (até ao 1.º ciclo) e estima-se que só 15% integrem agregados familiares com baixos rendimentos (menos de €720).

Continua a ler aqui. Fonte: Expresso

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