segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Conselho Geral | É tempo de lutar

Apesar da imparcialidade do MUTAD, até ao momento, no que diz respeito às eleições para o Conselho Geral (CG), é chegada a altura de analisar os conteúdos programáticos das três listas concorrentes, delimitar objectivos e tomar posições que contribuam para uma Universidade transparente, democrática e a favor dos estudantes.

Com a implementação dos novos estatutos, os alunos transmontanos perderam representatividade junto ao órgão de maior importância da nossa universidade (o Conselho Geral), diminuindo assim a democracia deste órgão de decisão.

Dois anos depois da entrada em vigor do processo de Bolonha, os resultados são claros:

- Elitização da formação qualificada provocada pela desqualificação das licenciaturas;

- Propinas cada vez mais elevadas;

- Regime de avaliação que infantiliza os estudantes e exclui os trabalhadores-estudantes;

- Nenhuma inovação das práticas pedagógicas.

A agregação destes factos traduz uma degradação da qualidade do ensino.

Os futuros representantes no CG terão a árdua tarefa de combater todas as injúrias contra os alunos da UTAD, mesmo que isso represente ir contra os outros 20 membros não estudantes do CG. Defendendo sempre princípios de igualdade, transparência e Democracia.

Os futuros representantes deverão estar cientes que apesar de terem sido eleitos pelos estudantes da UTAD, as decisões a tomar não serão apenas suas, mas sim de toda a comunidade estudantil.

Um dos factos que mais nos preocupa é a eleição do Reitor e das personalidades externas. Acreditamos que a presença das personalidades externas poderá ameaçar a nossa instituição, diminuindo a sua autonomia e independência de interesses políticos e económicos, podendo eventualmente ceder privilégios às fundações de direito privado.

As eleições do Reitor e das personalidades externas não são da exclusiva decisão dos representantes eleitos. Deverá ser, uma decisão democrática dos alunos da UTAD. Posto isto, temos como dever apoiar os membros candidatos ao CG que partilhem da mesma opinião, ou seja, que defendam uma universidade democrática activa.

A eleição para o Conselho Geral é um assunto sério e de extrema importância para a comunidade estudantil, onde não deverá haver lugar para frases líricas ou palavras caras. Os alunos que nos representarão deverão ter vozes activas e de protecção, afirmativas dos direitos do aluno universitário e sem qualquer exclusão. Todas as decisões dos representantes devem ser pela voz de todos os alunos e não unicamente pela sua.

É tempo de parar com as surpresas de início do ano, entre elas, o aumento das propinas, a reestruturações de cursos e/ou as alterações estatutárias.

Uma outra posição que deve ser defendida é a das acessibilidades. A maioria dos estudantes da UTAD não se apercebe das barreiras que são impostas a muitos dos nossos colegas universitários com deficiências. É imprescindível que os representantes no CG tenham a capacidade de dar voz a estes alunos e os defendam perante qualquer situação.

É um direito a que estes alunos têm e um dever que todos nós deveremos ter.

Por isso aplaudimos a candidatura da lista B, que mesmo sabendo as suas fracas possibilidades de colocar membros no CG, tiveram a coragem de se candidatarem e assim quebrar a primeira barreira. A nossa consciência.

Por fim, voltamos a relembrar para que não caia no esquecimento: os representes dos alunos devem ser aqueles que mais e melhor defendem uma academia democratizada, independentes de interesses políticos e económicos.

Actualmente, os alunos sentem dificuldades e enfrentam diversos problemas, mas não sabem agir perante tal. Dentro do individualismo e conformismo reinante, a dificuldade reside precisamente em arranjar soluções colectivas. É precisamente essa barreira do “não vale a pena” ou “isso não altera nada” que é necessário derrubar. E só há uma forma de o fazer: é a lutar e em conjunto.

Apelamos a um Conselho Geral dos alunos, pelos alunos e para os alunos. Na ausência de uma maioria social forte, comprometida e activamente envolvida, estaremos condenados a uma politica de gestão de poder e poderes.


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